terça-feira, 14 de setembro de 2010

Chegou na hora certa!

- Então, tá! Tá tudo combinado, o senhor vem aqui amanhã às 13h pra conferir as medidas. Tá certo! Um abraço!
Ai, meu Deus! Como é que eu vou deixar o homem encostar a trena dele, limpinha, nessa parede cheia de gordura?! E a janela?! Acho que eu nunca limpei a janela... Ah! Não tem problema! É só comprar Verja Desengordurante - e FX-14 também, porque não dá pra deixar o homem tirar medida daquela pia do banheiro cheia de limo!
***
"Ai ôa, ê ê, ai ôa, é! Ai ôa, ê ê, ai ôa, é! Sim pra casa, sim pra vida, meus amores, minha família!" Ai, como é bom limpar a nossa casa! E joga água! Nossa, como cai preta essa água! E dá-lhe água preta na cara... Esfrega do lado de dentro e de fora. Ai, tá caindo água lá embaixo... Ah, mas não tem como não cair! Será que eu tinha que ter avisado o síndico antes? Caraca, mas eu nunca vi nenhum aviso do tipo "Atenção, no dia 14 de setembro, não passe sob a janela do apto 401, pois estará sendo realizada uma faxina nas janelas."... Será que não é assim que se lava janelas? Ah, f...-se! É só hoje mesmo!
"Well open up your mind and see like me, open up your plans and damn you're free!"
- Tuin-uin-uin-uin-uin!
Ai, c#%#$¨!
- Sim!
- Oi, é da loja de móveis!
- (Pu#$&$&%¨*qp!) Oi! Pode subir!
Puxa a água, puxa a água! Rápido! Se lava! Olha o braço todo preto! Empurra o fogão de volta pra parede! Calma, não escorrega agora! P#$%¨!
- Din-don!
- Já vaaaaai!
Bota o rodo pra lá! Corre no banheiro! Fecha a porta do quarto! Ah! F..-se!
Oi, vc chegou na hora certa!


quarta-feira, 14 de julho de 2010

Corta em bife, por favor!

Como dizem as más línguas, todo castigo pra pobre é pouco! A moça já tava cansada de só poder comprar 2 kg de carne por vez, dada a caristia, e resolveu ver como é que era esse negócio do dia da carne. Decidiu então que, naquele mês, deixaria para comprar a carne no dia da carne. E assim fez. Pobresita, não se tocou que, no dia da carne, há também de se enfrentar a fila da carne... E que fila! Ia beirando todo o balcão do açougue, passava pelas prateleiras de leite, açúcar, contornava o quiosque especial com produtos juninos e chegava quase na parede do outro lado, perto da seção de produtos de petshop. Tá tentando lembrar que mercado é esse, né? Pobre!
Bem, prossigamos com a saga da fila. A pessoa sozinha numa fila, sem um livro na mão, sem nenhum celular com  joguinhos divertidos, qui-dirá mp3, vai fazer o quê? Ouvir a conversa alheia. Mesmo sem querer. A voz que vinha de trás parecia ser de uma mulher de seus 30 anos, com fortes indícios de associação ao tráfico. "Bandido tá na escuta, tá ligado!", bradava ela ao rádio - e a principiante na fila achou que fosse apanhar por não estar tampando os ouvidos pra não ouvir a conversa! Inocente, pensava que a onda agora era ter rádio justamente pra conversar de um tudo sem ligar se "neguinho" tava ouvindo. E niqui deu aquela olhadela de rabo-de-olho pra trás, pra manjar  a pinta da mulher, viu uma menina, com cara de quem desmamou há pouco tempo. "Ah! Vai assustar outro, pô!"
Uma hora e meia depois que havia entrado na fila, já tinha vencido mais ou menos a metade dela. Aí, começa a dar a aquele sentimento de agora-não-vou-desistir... Ah, se soubesse e seu dinheiro desse! Percebeu então a senhorinha à sua frente. Dinâmica, a dita senhorinha deixava o carrinho na fila e ia pegando os outros produtos que queria. E a moça, boazinha, ia empurrando o carrinho pra ela quando a fila andava. E pensava "bem que eu podia estar fazendo isso também!", mas não podia, senão ia ter que pedir pra bandidinha mirim empurrar seu carrinho - e sentia o risco de levar um "se liga!" pela fuça.
E a senhorinha continuava sua caça dentre as gôndolas e, em meio a essas idas e vindas, começou a puxar assunto. Mas é que a moça não gostava muito de conversar com estranhos... Só que a senhorinha era simpática e, além do mais, ela tinha falado diretamente com a moça, diferente daquelas pessoas que, querendo conversar, soltam comentários ao ar pra ver se alguém concorda e começa um conversa (urh!). Mas o que colaborou muito mesmo, sério, sem sacanagem, foi o tempo que ela já tinha dedicado àquela fila. Só conversando fiado mesmo pra distrair um pouco. E até que foi bom! A senhorinha começou a dar várias dicas sobre as carnes: começou a explicar que chã não é tão ruim assim e que dá pra fazer váááárias coisas! E ficou mostrando as diferenças, tipo "olha esse pedaço como é bem diferente desse!" - e ela como se estivesse olhando pra tela de uma ultrassonografia de grávida de pouco, onde o médico, numa luta inglória, tenta mostrar pra mulher qual daqueles pontinhos pretos é o filho, sendo a senhorinha o médico. Pra ela, se o garçon desse, sei lá, acém, dizendo que é mignon, a bichinha ia acreditar e ainda ia pedir pra cortar em bife!
Duas horas e quarenta e cinco minutos de fila e o carrinho da senhorinha tava cheio. O dela, vazio. Ah, mas ela ia encher muito aquele carrinho de carne. Ia ser tanta carne, que não ia precisar voltar mais ali por um bom tempo. Nunca mais, de preferência! E, de repente, "próximo!". "Ai, cacete, o que eu peço?!", pensou a desprevenida. Três horas de fila e ela gastou tanto tempo ouvindo a conversa da bandida e os conselhos da senhorinha que não planejou o que ia comprar - só pensava em aproveitar muito bem aquela oportunidade. "O próximo!!!" "Ai, vou pedir o de sempre... 2 kg de alcatra - ah, e corta em bife, por favor!".

domingo, 16 de maio de 2010

A vida sofrida de Mama Pasquarelli

     O último depoimento de superação da novela Viver a Vida foi muito legal, mas, se eu fosse o Manuel Carlos, teria convidado minha amiga Mama Pasquarelli pra contar sua história. Superação é o que não falta na vida dessa mulher que, não fosse por morar no Alto Engenho de Dentro, seria dona de uma das vidas mais tristes e sofridas que eu já teria ouvido falar. Tadinha da Mama...
     Hoje mesmo estávamos conversando na volta de um passeio que fizemos pela manhã no Forte de Copacabana. Ela estava me contando como é chato ter que passar na casa da sogra pra pegar as roupas do marido passadas. É isso mesmo, gente! Ela não tem o direito de passar as camisas sociais de que tanto gosta porque a sogra insiste em se responsabilizar por esse trabalho. Não bastasse isso, toda vez que faz uma encomenda na revista da Natura da empregada da sogra, a dita-cuja - a sogra - insiste em pagar. Só mesmo sendo muito ruim pra se meter na vida da nora desse jeito! Como sofre a minha amiga Mama!!!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Tá na cara ou não tá?!



Nem tudo está escrito ou pode ser falado.
São muitas as entrelinhas.
E o pior é que: 
justamente por serem entrelinhas, 
cada um pode interpretar de uma forma.
E vira tudo um jogo de azar. 
E isso é óbvio!
Será?

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Sobre algumas coisas

Preconceito é quando a gente cria na nossa cabeça uma idéia sobre algo ou alguém, mesmo antes de conhecer. Essa é a definição vulgar e mais aceita, acredito eu. Ta certa. Mas eu iria além. Acho que ainda é preconceito quando a gente pensa que já conhece tudo que algo ou alguém pode nos mostrar, só por conhecer parte. A parte não é o todo, faz parte, apenas... Não vou ser hipócrita de dizer que não prejulgo ninguém. Mas acho que sou suficientemente inteligente pra reconhecer que, ao fazer isso, estou limitando minhas próprias possibilidades. E, sim, eu acho que preconceito, sobretudo com essas nuances, não combina com inteligência. Ao contrário, combina com estupidez e com a maior das ignorâncias, que é a de se pensar que já se sabe tudo que se poderia saber. Acredito que tudo e todos têm mais de um aspecto. Nada é unilateral ou absoluto. É preconceito impor rótulos ou aceitá-los.

Fico com medo de estar sendo injusta. Penso que posso também estar sendo preconceituosa, mas, ainda assim, acho que, só por ter essa preocupação, isso já mitiga as possibilidades de eu adotar tal conduta. Eu tenho consciência de que não devo julgar o que não conheço totalmente – e mais: eu acredito que, mesmo quando eu julgo conhecer totalmente, ainda posso ser supreendida por alguém que me traga um novo ponto de vista.

E, não, isso não é não ter opinião. Formo minhas opiniões com base em experiências, mas posso mudá-las a partir do momento em que tenho contato com uma nova idéia, que me convença. Eu estou em constante aprendizado – e essa condição me deixa mais motivada pra levar adiante essa experiência maravilhosa que é viver. Isso me abre possibilidades.

É por essas e outras que eu fico puta com pessoas que se promovem como inteligentes, mas estão o tempo todo prejulgando. Como é que pode? Fico assim indignada porque, pra mim, conhecimento é o maior fomento para o aumento das possibilidades de raciocínios que uma cabeça possa forjar. A bagagem de uma pessoa pode torná-la mais capaz de perceber e entender as várias nuances que uma coisa pode ter. Pra onde vai a sagacidade gerada pelo conhecimento adquirido por esses inteligentes ao longo da vida? Será um problema espiritual?

terça-feira, 4 de maio de 2010

Desvendado o enigma!

- Você queria ser o Homem de Ferro?
- Não,  não acho graça...
- Quer achar graça, então, tem que ser o Coringa!
- Eu tenho que ser o Gorila?!
- Ah, você é o Gorila?! (Agora, entendi tudo...)

segunda-feira, 8 de março de 2010

Não tem Dia Internacional do Homem! Na-na-na-na-na-na!


Todo mundo é diferente. Cada um tem suas nuances e é isso que nos diferencia, que faz cada um de nós um ser único e especial... Não! Os homens não se diferenciam entre si! Eles são todos iguais!As nuances deles são apenas gradações das mesmas características, ou seja, o que uns são mais, outros são menos - e vice-versa, não necessariamente nessa ordem e assim sucessivamente. É por isso que tem um Dia Internacional da Mulher.

No fundo, no fundo, eu acho que esse dia foi determinado por cientistas terceirizados da CIA (já que tudo acontece nos EUA), com base na data em que descobriram o que TODAS nós já sabíamos: as mulheres são especiais mesmo. Que mulheres morrendo numa fábrica que nada! Isso é invenção da Globo, só pra gente achar que, até pra termos um dia só pra gente, foi preciso muito sangue, suor e lágrimas - e sofrermos muito porque não se pode ser mulher impunemente. Ah! Quero aproveitar pra mandar um beijo pra minha mãe, pro meu pai e pra vc!